O que um grande arquiteto pode ensinar para advogados
Isay Weinfeld é um arquiteto brasileiro de renome nacional e internacional. Numa conversa com o Drauzio Varella, Isay disse o seguinte:
“Eu me lembro uma vez que uma moça queria que eu projetasse um salão de beleza. Eu fiquei muito animado. A primeira pergunta que ela me fez foi:
‘Você já fez um salão antes?’
Se ela entendesse que não é necessário fazer um salão antes para fazer um tema que você não fez…
Como fazer um salão, a altura das cadeiras em que você se senta para lavar a cabeça, a inclinação, essas coisas todas — você aprende em dois minutos. Mas como você conceituar o lugar; fazer uma coisa interessante, nova; fazer com que a pessoa que frequente, que entre, se sinta bem; que o lugar funcione, que traga algo a mais; isso ou você sabe fazer, ou você não sabe fazer.”
É perfeitamente compreensível que um cliente pergunte ao advogado se ele já trabalhou com aquele tema antes.
Porém, assim como o Isay diz, também na advocacia o mais importante é se o advogado sabe o “caminho das pedras” para o parecer perfeito ou a petição perfeita.
Esse caminho tem muito mais a ver com o domínio da argumentação jurídica e das técnicas de pesquisa. As últimas para encontrar a matéria bruta; a primeira para lapidá-la.
Alguém poderia dizer que na advocacia, assim como na arquitetura, o nome por vezes conta mais do que a habilidade. Minha experiência me diz que as duas coisas (muito provavelmente) andam juntas. Muito dificilmente um advogado se torna um grande nome da profissão sem ser excelente em pesquisa e argumentação.