Las Casas e o Dia do Advogado
Um acontecimento histórico colocou, em lados opostos, dois brilhantes advogados. A coisa se deu nos anos de 1550 e 1551, na cidade de Valladolid. O império formou uma junta para tratar da colonização das Américas.
Na disputa de Valladolid, de um lado, o frei Bartolomé de Las Casas falou como o advogado da paz com os índios; do outro, o frei Ginés de Sepúlveda como o advogado da guerra.
A junta não decidiu, na época, quem tinha razão. A história, sim.
Las Casas ficou conhecido como aquele que corajosamente se colocou contra a colonização violenta, cuja violência incluiu estupros e assassinatos em massa, gente queimada viva, pessoas feitas de alimento para os cães e outras atrocidades documentadas.
Sepúlveda eternizou seu nome nas trincheiras opostas. Uma inteligência a serviço do poder injustificável, a do frei Sepúlveda. Como sói acontecer.
É dito que o advogado é “indispensável à justiça”, e isso é verdade. Mas não nos enganemos: o advogado costuma ser indispensável à injustiça também.
No dia 11 de agosto, o Dia do Advogado, lembramos que Valladolid teve dois lados, e celebramos o frei Bartolomé Las Casas. Por compromisso. E por ideal.