Bons Conselhos de um Juiz para Nós, os Advogados
“Eles, os Juízes, vistos por Nós, os Advogados”. Esse é o sugestivo título de um livro clássico, escrito décadas atrás pelo italiano Piero Calamandrei.
Mas, como seria o contrário? Como ficaríamos “Nós, os Advogados”, “vistos por eles, os Juízes”?
Um juiz dos Estados Unidos, Douglas Lavine, decidiu escrever uma receita para que advogados fossem mais objetivos e concisos.
O próprio Lavine tinha sido advogado antes de ser juiz.
Com humor e humildade, reconheceu que ele próprio era prolixo demais, e pediu que os advogados fizessem o que ele não tinha sido capaz de fazer.
Em dezembro de 2016, o site Conjur repercutiu os conselhos de Lavine aos advogados.
Esses conselhos continuam válidos e atuais:
1. Mantenha a simplicidade. Reduza seu ponto principal a uma sentença ou duas.
2. Evite longas citações. Comprima os argumentos tanto quanto possível.
3. Contenha-se. Não se sinta obrigado a usar todo o tempo que lhe é concedido em sustentações ou todas as páginas possíveis em petições.
4. Ajuste suas alegações às necessidades de seu público (jurados, juiz, desembargadores, etc.).
5. A arte de escrever bem é a arte de editar bem. Quase sempre há uma maneira de encurtar a redação.
6. Evite o juridiquês. Os advogados bons escrevem de uma forma clara e direta, usando sentenças curtas.
7. Resista à tentação de usar argumentos secundários (ou paralelos).
8. Sem quebrar a confidencialidade advogado-cliente, discuta seus argumentos com leigos (amigos, familiares etc.) para ver se eles os entendem e acham que são convincentes.
9. Organize seus argumentos. Selecione dois ou três de seus melhores argumentos e trabalhe arduamente neles. Argumentos fracos são contraproducentes.
10. Finalize sua apresentação: após apresentar seus argumentos essenciais, pare por aí.